Poemas - AS ARTÉRIAS E O SANGUE DA MONTANHA
Poemas - AS ARTÉRIAS E O SANGUE DA MONTANHA
AS ARTÉRIAS E O SANGUE DA MONTANHA[Bico do Patelo. Castro Laboreiro, 2013]
ressalta o nome popular a forma da rocha: se porfiares nesse caminho, não podes deixar de descobrir uma serena cabeça jacente de que o bico é apenas a suposta pera do queixo; ou uma grande boca aberta por um grito cristalizado em pedra; ou ainda um nariz de espanto, sisudo, enraivecido; talvez os dentes de uma morsa que não acompanhou a tempo o recuo de um improvável mar; mas para lá de tudo isso, impressiona como as ervas e as árvores foram espetando as suas raízes na rocha, a fornecer de artérias e de sangue o que continua a estar do lado da vida.
ressalta o nome popular a forma da rocha: se porfiares nesse caminho, não podes deixar de descobrir uma serena cabeça jacente de que o bico é apenas a suposta pera do queixo; ou uma grande boca aberta por um grito cristalizado em pedra; ou ainda um nariz de espanto, sisudo, enraivecido; talvez os dentes de uma morsa que não acompanhou a tempo o recuo de um improvável mar; mas para lá de tudo isso, impressiona como as ervas e as árvores foram espetando as suas raízes na rocha, a fornecer de artérias e de sangue o que continua a estar do lado da vida.
Fonte: Norteando, Editora Âncora, Amadeu Ferreira, Luís Borges
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