Vilarinho das Furnas
Vilarinho das Furnas
"Estas pequenas comunidades que nos restam, Rio de Onor, Vilarinho da Furnas, Laboreiro, etc., Estão na última agonia. O estado já não as pode tolerar, alheias à vida da nação, estrangeiras dentro do próprio território. Por isso mandava-lhes ao coração o golpe de uma estrada e a isca da caminheta dum sardinheiro. E assim, um a um se vão apagando estes pequenos enclaves, não digo de paradisiaca felicidade, mas de humana e natural liberdade. Uma vida social assim, apenas acrescida de ciência e cultura, seria ideal. Antes de mais, o homem começou aqui por formar uma coisa cívica e fraterna, fundada em amor, e fez depois as reformas consoantes. Mas parece que se resolveu matar primeiro o homem e a sua harmonia espontânea, e construir então sobre cadáveres o futuro."
Fonte: Miguel Torga - Diário IV
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